As máscaras se tornaram símbolo da liberdade. A bauta, usada tanto por homens quanto por mulheres, é uma das mais antigas e tradicionais e nunca falta no carnaval de Veneza. Ela é composta por uma máscara branca sob um chapéu de três pontas e um amplo manto negro chamado tabarro. Mas isso não é tudo. Não existe carnaval em Veneza sem Arlequim, Colombina, Gato, Moretta e, obvio, o meu preferido, o belíssimo Pierrot… Ok, me concedo uma lágrima para sonhar esse apaixonado, tão romântico quanto infeliz!
O mundo, porém, algumas vezes se mostra estranho. Em 1797 a beleza do carnaval de Veneza foi proibida por Napoleão Bonaparte, após a invasão do Norte da Itália. As máscaras foram banidas por temor de desordem e invasões por parte da população. Somente quase dois séculos depois o evento foi retomado, assim como também a tradição das fantasias. Dessa maneira, se desencadeou em Veneza um verdadeiro comércio de máscaras.
Com o resgate das festas e com as tradições restabelecidas, os artesãos recuperaram tudo aquilo que parecia esquecido e aprimoraram o negócio. Atualmente utilizam diversas técnicas e materiais e realizam cursos para quem quiser aprender a arte de produzir máscaras. Trabalham argila, gesso, gaze, porém as mais artesanais são aquelas elaboradas seguindo a tradição antiga em que o papel machê, composto de restos de papel absorvente picado e cola, é obido rigorosamente através do trabalho manual.
Para produzir as máscaras venezianas mais cobiçadas, primeiro cria-se o modelo e o molde no qual o papel machê é trabalhado e colocado para secar. Removido o molde, é hora de terminar a obra decorando-a e enriquecendo-a com plumas, missangas, desenhos e tudo o que a imaginação permitir. Nesse caso, palavras não dizem muito, somente as imagens são capazes de descrever tanta beleza.